quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Literatura de Cordel

A literatura de Cordel surgiu na forma oral, ou seja, era difundida por meio de declamações em praças publicas da Europa medieval. Começou assim tendo em vista que 98% da população européia era analfabeta. Sendo assim, os poemas serviam para informar a população sobre os mais variados assuntos como religião, clima, transportes, impostos e principalmente política. Com o advento pra prensa (criada por Gutemberque) no século XVIII, os poemas populares começaram a ser impressos. Mas nem todos eram alfabetizados, os poucos da plebe que sabiam ler cobravam pela informação ali repassada.

Ex; O poeta cordelista chegava à praça ou feiras e começava a recitar as poesias contidas naquele livreto, o povo ia chegando e se interessado na história... Ao final da leitura, o poeta “passava o chapéu” e todos contribuíam com o que tinham. As poesias eram desde sempre rimadas, além do caráter informativo havia nas poesias uma pitada de humor negro destinado a criticar os governantes locais. Como a oposição aos governantes (reis ou senhores feudais) era proibida, os autores burlavam esta proibição com uma linguagem metafórica.

Posteriormente veio a ser chamado de Literatura de Cordel pelo fato dos folhetos serem expostos a venda em barbantes. Os folhetos se tornaram populares por três fatores. 1-Falava do cotidiano de maneira critica e lúdica. 2-Muitas vezes (ler ou escutar o Cordel) era o único momento de lazer da plebe feudal. 3-era barato, leve e portátil, pois era produzido com papel rústico, o que barateava os custos, além de se tratar de documento denuncia, poderia ser escondido ou descartado com facilidade, ao contrário dos livros da época, grandes e pesados.

Muitos folhetos eram ilustrados com Xilogravuras, o que o tornava mais atraente para a compra. Aqui no Brasil, o Cordel se popularizou mais na região Nordeste, o que não quer dizer que não exista Literatura de Cordel no Sudeste ou no Sul do país por exemplo. A respeito da métrica poética as estrofes mais usadas são as sextilhas, septilhas e decassílabas. Entretanto, além das rimas em 6, 7 e 10 existem outras tais como as quadras e oitavas.

Métricas:
-Rimas em Quadra: ABAB - (opcionalmente) A primeira linha rima com a terceira e (obrigatoriamente) a segunda rima com a quarta.
-Rimas em Sextilha: ABCBCB - Rimam os segundo, quarto e sexto versos. É o estilo mais utilizado.
-Rimas em Septilhas: ABCBCCB - Na septilha usa-se o estilo de rimar os segundo, quarto e sétimo versos e o quinto com o sexto, podendo deixar livres o primeiro e o terceiro.
-Rimas em Oitavas: AAABBCCB - É mais complicada, pois rima a primeira linha com a segunda e terceira, a quarta com a quinta e oitava e a sexta com a sétima.
-Rimas em Quadrão: AAABBCC + mote em B - Os três primeiros versos rimam entre si, o quarto com o quinto e o oitavo, o sexto e o sétimo também entre si. Geralmente muito usado em cantorias com mote, pois todas estrofes são intercaladas com a mesma frase no final de cada uma.
-Rimas em Décimas: ABBAACCDDC – A primeira estrofe rima com a quarta e a quinta, a segunda com a terceira, a sexta rima com a setima e a decima, por fim, a oitava rima com a noma. Mais utilizadas em “pelejas” (sagas), geralmente também acompanhada de mote.

Dentre os principais cordelistas nordestinos podemos citar J. Borges, Manoel Camilo dos Santos, Manoel Monteiro, J. Victtor, Rouxinol do Rinaré, Medeiros Braga, Abdias Campos, Vicente Campos Filho, Erievaldo Viana Lima, Kydelmir Dantas, Antonio Queiroz de França, Afrânio Brito, Gonçalo Ferreira da silva, Apolônio Alves dos Santos, Elias A. de Carvalho, expedito Sebastião da Silva, Firmino Teixeira do Amaral, Francisco das Chagas Batista, Francisco Sales Arêda, Gonçalo ferreira da Silva, João Ferreira de Lima, João Martins de Athayde, João Melchíades Ferreira, Joaquim Batista de Sena, José Camelo de Melo Resende, José Costa Leite, José Pacheco, Leonardo Gomes de Barros, Manoel D’ameida Filho, Raimundo Santa Helena, Severio Milanês, Silvino Pirauá, Zé da Luz ...

Site interessante: www.ablc.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário