
( Mangue: O Conceito )
Estuário: parte terminal de um rio ou lagoa, em suas margens se encontram os manguezais, comunidades de plantas tropicais ou subtropicais inundadas pelo movimento das marés. Pela troca de matéria orgânica entre a água doce e a água salgada, os mangues estão entre os ecossistemas mais produtivos do mundo. Os estuários fornecem área de desova e criação para dois terços da produção anual de pescados do mundo inteiro. Apesar das muriçocas, mosquitos e mutucas; inimigos das donas-de-casa, para os cientistas, os mangues são tidos como símbolos de fertilidade, diversidade e riqueza.
( Manguetown: A Cidade)
A planície costeira onde a cidade do Recife foi fundada é cortada por seis rios. Após a expulsão dos holandeses, no século XVII, a (ex) cidade Maurícia passou a crescer desordenadamente as custas do aterramento indiscriminado e destruição dos seus manguezais. Uma cínica noção de progresso, que elevou a cidade ao posto de metrópole do nordeste, não tardou a revelar sua fragilidade. Bastaram pequenas mudanças nos ventos da história para que os primeiros sinais de esclerose econômica se manifestassem no início dos anos 60. Nos últimos trinta anos, a síndrome da estagnação, aliada à permanência do mito da metrópole, só tem levado ao agravamento acelerado do quadro de miséria e caos urbano.
( Mangue: A Cena)
Emergência! Um choque rápido, ou Recife morre de infarto! Não é preciso ser médico para saber que a maneira mais simples de parar o coração de um sujeito é obstruir suas veias. O modo mais rápido também, de enfartar e esvaziar a alma de uma cidade como Recife é matar os seus rios e aterrar os seus estuários. O que fazer para não afundar na depressão crônica que paralisa os cidadãos? Simples! Basta injetar um pouco de energia na lama e estimular o que ainda resta de fertilidade nas veias do Recife. Os Mangueboys e Manguegirls são indivíduos interessados em: Quadrinhos, TV interativa, antipsiquiatria, artismo, música de rua, sexo não virtual, conflitos étnicos e todos os avanços da química aplicada no terreno da alteração e expansão da consciência.
Vimos então, que o manifesto se faz presente no sentido literal da palavra, pois, expõe os problemas (o caos) e propõe melhorias. Tais melhorias seria a não poluição ambiental, poluição essa que degrada de maneira irreversível o ecossistema natural. Porém no parágrafo final, o manifesto se detém a explicar o perfil de um Mangue boy ou uma Mangue Girl, indivíduos preocupados com a poluição em nome do progresso.
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